Finalmente paro. Tiro um tempo pra mim, pro meu blog. Ouço memórias sem culpa, lembro momentos sorrindo mentalmente porque nem os músculos do rosto funcionam mais... O cansaço que se acumula nos músculos dos ombros vem esboçando as cicatrizes que ficarão pelas semanas que seguem... Faço cronogramas mentalmente, jamais conseguiria fazer tudo a tempo, contabilizo aquilo que ficará para trás, programo tudo aquilo que tenho que sacrificar.
Ainda não me desespero. No fim eu sei que tudo termina, tudo fica bem. As vezes acho que acreditar nisso é a deixa que tenho pra procrastinar... Mas me contento em fazer só o essencial de parte daquilo que é realmente necessário. Certo seria sacrificar meu ócio... Pensando além, conseguiria fazer tudo o que tenho que fazer se sacrificar mais coisas além do ócio.
O sono já lidera a lista de sacrifícios. Zero televisão, zero ócio-na-internet, zero passeio. Começo a me preocupar quando sou obrigada a sacrificar convívio.
Saio da mesa logo que termino de comer, as conversas em família vão fazendo falta. Perco a conta de quanto tempo estou sem ver o resto da família. Perco a conta de quanto tempo faz que não fico perto das pessoas me concentrando somente na presença delas. Até o jogo eu venho perdendo com uma frequência absurdamente pequena, esses dias.
Concluo que preciso me proibir de sacrificar relacionamentos. Em 5 minutos de chuva eu revejo minhas prioridades. Sei que gosto muito de estar sozinha, de ter momentos só meus. Mas minha essência é relacional. Eu sou nada sem as pessoas que eu amo. Sendo nada, nada faço. Não, chega disso de "queria ter mais tempo pra você".
Agora acho que sempre fiz muito certo de sacrificar um pouquinho daquilo que eu tenho que fazer pra gastar um tempo com pessoas, ou comigo mesma. Porque agora que estou fazendo só (somente, apenas, exclusivamente) coisas que tenho que fazer, fui quebrada em cacos que estão sendo triturados em pó.
O próprio cansaço cortou meu raciocínio.
Não vou conseguir chegar onde queria. Talvez outro post resolva meu problema.
Depois.
Isso tem sido meu lema, ultimamente... depois...
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