modo de segurança

Acho que essa coisa toda de me sentir esquisita por uns dias acabou de fazer sentido.
Na verdade, to achando que isso tudo foi um jeito do universo de me preparar pras coisas que estavam miando. Tá, eu sei que volta aquela frustração básica de não conseguir manter situações favoráveis por muito tempo, ou por tempo suficiente, ou por algum tempo que seja.
Mas minha versão mais atualizada, apesar do sistema operacional antigo, tá um pouquinho mais esperta. Perde e nem se importa mais. Cansou de fazer backups. Cansou do HD cheio e passou tudo pros HDs externos, deixou tudo no fundo da gaveta.

Tem umas coisas que escolhem horas erradas pra acontecer. E tem outras coisas que escolhem horas erradas pra deixar de acontecer. E isso é pior ainda.
Sempre achei que perder e deixar de ganhar era a mesma coisa. Perder a realidade e deixar de ganhar aquilo que eu sonhava eram os dois maiores motivos de viver sempre frustrada.
Não ando me importando muito com o "deixar de ganhar". Não tenho dado muito crédito às ficções mirabolantes que construo na cabeça.
Em compensação, me dói fundo o simples pensamento de que posso perder qualquer coisa que seja. E nunca me doeu tanto. Sou nova nesse negócio de me apegar ao que é real, ao que realmente acontece, ao que está ao meu alcance, e principalmente ao que tenho bem na palma das mãos.
Não, não quero perder. Deve ser por isso que tenho me sentido esquisita.

To ligada no modo de segurança. Tentando achar o que tem de errado. Talvez isso que eu disse, talvez tudo, talvez nada... Talvez seja coisa da minha cabeça.
Mas não posso ignorar minha intuição. O jargão dela já é "depois não diga que não te avisei".
O que mais precisa mudar?
Já parei de ficar me preocupando com as coisas que eu sonho, não ando nem me importando com isso. Parei com aquele hábito ridículo de ficar imaginando "como as coisas seriam se acontecesse isso ou aquilo" o tempo todo.
O que eu tenho que fazer agora, então?
Parar de me importar até com a realidade?
Parar de me importar com tudo que eu to perdendo? As situações, as pessoas, os momentos, as oportunidades?

Tá, se for isso, ok. Daí vou me importar com o que?
O imaginário já era. O real já vai indo.
E depois?

O próximo passo é o que? Me desligar de todas as outras coisas terrenas e morrer?
Porque, É SÉRIO, eu PRECISO ter algo pra me importar. Odeio o vazio. O vazio me destrói.

Nem as músicas... ouço as músicas e nada... Isso, nada. Não sinto nada. Não me lembro de nada. Não me dá vontade de nada. Não sei mais o que fazer.

Toda a proteção contra sofrimento que eu criei tá me isolando numa fortaleza. O que era pra minimizar possíveis danos, agora é uma muralha que não deixa nada entrar. Ou quando entra, já tá com mil maneiras perfeitamente eficazes de manter meu isolamento.

QUALÉ, UNIVERSO?
MAIS FÁCIL ME TANCAR NUMA MERDA DUMA TORRE BEM ALTA E NÃO ME DAR NEM OS CABELOS GRANDES.
E, por favor, nada de mandar Shrek e MUITO MENOS um príncipe encantado... Porque, na minha atual situação, qualquer coisa ooount desse tipo só vai me deixar enjoada.

É nessas horas que eu me pergunto: por que é que eu não fui ser uma pessoa normal?
Não consigo nem manter um assunto coerente nessa porcaria de blog.

Sim, meu humor já era.
Esse negócio de brigar com pessoas é uma merda. E to perdendo minha habilidade de evitar...
A paciência, então... Essa já foi há tempos estudar a geologia dos campos santos.

E quanto a mim, já passou da hora de ir estudar a geologia do meu colchão de molas PLUS travesseiro de viscoelástico PLUS edredon NYTimes PLUS minha gripe super-delícia.

Hoje o ego dorme no chão.