12.3.11

my heart is an empty room

e até pouco tempo eu não dava importância ao quanto isso me irrita.

A voz do Bono fica martelando na minha cabeça que “the only pain is to feel nothing at all”, e agora eu sei que isso é verdade.

Não é falta de coisas ou pessoas que despertem sentimentos. Nem falta de vontade de sentir. Simplesmente não sinto nada, at all. E eu já tentei, e não consigo. Parei de tentar, na esperança de ser capaz de sentir. Inutilmente. Parei de pensar nisso, de me preocupar com isso. Deixei quieto. Agi por impulso. Deixei a intuição falar que sim e que não. Ignorei algum “sim” e algum “não”. Fui contra a vontade. Fui contra a maré de sorte, contra a maré de azar. Aproveitei a melhor oportunidade de preencher o vazio, a oportunidade que eu esperei por anos e que, finalmente, me foi dada pelo universo.

E nada. Ainda vazio. Cheio de vazio.

Cheguei ao ponto de tentar preencher o vazio intencionalmente com qualquer coisa aleatória. Ainda assim, nada.

Sempre paradoxal, não sei mais se o vazio me incomoda ou me alivia. Porque quando o vazio não existe, é sempre outra coisa que eu quero. O vazio nunca fica satisfeito de ser cheio de vez em quando.

E de verdade, eu to cheia desse vazio, cheia dessa falta de inspiração pra metáforas decentes, dessa overdose de cliches…

Preciso de algo pra ocupar esse espaço. Algo novo. Nem que seja uma nova dúvida. Algo pra não me fazer ficar buscando resposta pra tudo. Algo que me faça contente com as perguntas. Quero não querer respostas.

Respostas esvaziam. É claro que aliviam. Mas o vazio é irritante.

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