30.1.11

sei lá

É tanta coisa ao mesmo tempo que ao mesmo tempo é nada. Querer que nao seja nada no fundo é querer tudo.

Pensar que “you can never get enough of what you don’t really need now” e se contentar com isso, e acreditar que tudo vai ficar bem, e esse tudo que vai ficar bem, na verdade, é o nada. E você desiste de pedir um sinal, algo que pode acender a intuição. E você não quer sinal nenhum. E você se contentou com o nada. E se contentou que não precisa de tudo.

E o olho reencontra o foco em algo peculiar que ultrapassa na auto estrada.

E o pensamento fica reverso. De trás pra frente. E pronto. Foi um sinal. E os fones de ouvido caem, depois ajeitam-se, e ativam a ordem aleatória. E abre-se uma gaveta na mente.

Totalmente desnecessário. Não existe razão em ficar acreditando que você quer algo que, no fundo, você não quer. E você não quer querer. Nem pode querer. Mas tem uma parte que quer. Tem uma parte que não deixa em paz. Tem sempre a parte que vai prender o nada numa jaula enquanto o tudo se aproveita de você.A mente dorme e acorda. Acordou querendo nada. Ufa.

E o dia-a-dia volta. E os olhos revêem a voz. Aquela voz. E aquela voz vê um sorriso tímido de quem não quer nada. Ou quer nada. Ou simplesmente não quer querer. E a voz tem aquela mesma expressão no olhar de meses atrás. E o medo… E a voz volta para seu mundo. Depois retorna ao meu. E retiro meu mundo da voz enquanto vejo pelo canto do olho a voz me pedindo pra não ir.

E meu mundo de tudo ou nada volta em forma de janela. Ufa. Quero nada. E fico feliz por querer nada.

Mas ele não deixa querer nada. Ele próprio quer nada e quer fazer querer tudo.

Tudo ou nada é vício. Não sei onde começa, onde acaba. Nem se começa, nem se acaba. Não sei se é possível acabar o que comecei, se comecei, e o que comecei.

Não decido.

Aliás, decido. Decido pelo “sei lá”.

E contento-me com minha essência paradoxal.

She’s raging, and the storm blows up in her eyes… She’ll suffer the needle chill.
She’s running to stand still.

2 comentários:

  1. vish... Você consegue se expressar de tal maneira que a minha humilde mente masculina não compreendeu lhufas do que você quis dizer. Tenho momentos históicos que me fazem perguntar: Por que pensar tanto pra decidir pelo Sei lá? heheheh! Realmente paradoxal.
    Contentar-se com seu estado antitético seria uma estagnação num modo Platônico de vista. De que adianta um ser saber que tudo o que vê não passa de uma mera ilusão e não fazer absolutamente nada para encontrar a Verdade, que não permite espaços para incertezas?
    Espero não ter sido rude. Apenas reflita e se optar pelo Sei Lá, escreva de novo. Gosto muito de apreciar a manifestacão das poucas mentes pensantes existentes no mundo.
    Beijos!

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  2. Existem certos momentos na vida em que não buscar a Verdade pode ser mais fácil e evitar um bocado de sofrimentos. E na maioria desses casos a Verdade acaba me encontrando sem mesmo ser procurada. Claro que isso tudo baseado nas minhas experiências.
    E esse post é EXATAMENTE um desses momentos.

    Tenha certeza de uma coisa, se eu nao tivesse optado pelo "sei lá", teria optado pelo "ou vai ou racha"... e nós dois sabemos que isso renderia muitos e muitos posts melancólicos e carregados de arrependimentos.

    Pensar duas vezes antes de agir é muito útil.
    Mas, às vezes, pensar muito e decidir não agir, é nobre.

    Se minha mente essencialmente antitética não fosse tão preguiçosa, eu divagaria parágrafos intermináveis explicando meu ponto de vista sobre o "sei lá" em inúmeras coisas que acontecem na vida.

    Mas creio que você já me entendeu.

    Te admiro pra k7, homem.
    Volte sempre.

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