12.2.11

as tardes

Os vidros do carro abertos trazem a brisa psicologicamente fresca amenizada pelo rádio ligado. Versões alternativas de músicas queridas me fazem passar em frente meu prédio impulsivamente desistindo de atravessar o portão.
O fim da tarde de sábado ficava mais agradável a cada vez que o pé alcançava a embreagem. A mente e a atenção se ocupavam com o mundo em cores e sons. Por um momento, tudo o que eu conhecia eramós nós. Eu e o carro. Fomos perfeitos um para o outro naquele momento. E as frequências de rádio entravam em hamonia com aquele momento tão simples e puro.
Naquela fração de hora, tudo o que existia estava ali. Eu. Gol. Brisa. Som. Cor. Movimento. Não havia memórias, nem preocupações. O pensamento se deixou ser vazio. Os sorrisos eram constantes e puros e sinceros. A tarde era tão bonita que me permitiu gostar daquele calor, daquele sol e daquele verão que eu sentia…
Aquela fração de hora permitiu que a perfeição existisse. Existiu, plena e suave enquanto a brisa soprava os sons que esvaziavam o pensamento.

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