Vinte e dois de março de dois mil e onze. Um dia típico de começo de semestre, não fosse pela aula logo às 8h.
A cama me expulsa cedo, a casa me expulsa mais cedo do que o necessário. Meu companheiro de todos as noites não pode me agraciar naquela terça feira. Já começou diferente. Sem carro e sem salto.
Decido pegar um ônibus alternativo, um caminho mais longo, mais tempo para o shuffle fazer algum efeito. Não havia me preparado psicologicamente pra tudo aquilo. Só me levantei, atipicamente usei o transporte coletivo que tanto odeio a cada curva acelerada e a cada fechada pela direita.
Aula de uma eletiva que trancaria na semana seguinte. Almoço no restaurante universitário. Reuniões e trabalhos infinitos. E não queria mais estar ali, queria respostas. Queria pelo menos a confirmação de que a história se repetiria.
Mensagens despretensiosas. Eu precisava saber o que era aquilo. Nem que fosse para dar umas risadas depois. Nem que fosse só mais uma coisa a relevar.
Mas aquela terça feira não entardeceu para ser comum. Não era mesmo pra ser parte da equação linear que sempre foi minha vida.
Linear é um conceito que não se aplica. O início da noite me transformou em bola de pingue-pongue. Não fazia mal me divertir um pouco. Não fazia mal me despreocupar por alguns momentos.
Não fez mal algum ter voltado pra casa com o tornozelo mais gordo que a coxa. Não fez mal ter que acordar no dia seguinte e ir direto para o hospital imobilizar o pé. Não fez mal ter ficado uma semana longe do volante.
No fim das contas, não fez mal algum que aquele dia tenha sido uma conspiração do universo para me fazer passar uma semana somente com o pé direito no chão. Porque o ano que se iniciou ali não poderia, de maneira alguma, ter começado com o pé errado.
Porque, apesar de """errado""", acho que tudo acabou dando é certo demais.
Parabéns, LW, pelo seu primeiro ano. E obrigada por sempre manter todos os seus irmãos unidos e felizes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário